Aprendendo mais sobre consumo consciente

Uma coisa é fato: não dá pra continuar a consumir na mesma quantidade, velocidade e, principalmente, jeito. Especialmente no que diz respeito ao nosso armário – os viciados em fast fashion que me desculpem. E, enquanto muito disso não passa de tendência para exigência do mercado, cabe ao consumidor a preocupação na hora de comprar.

Mas, tá cheio de gente por aí que não sabe exatamente por onde começar a rever seus hábitos. Afinal, falar de consumo consciente não é só falar do que acontece com o planeta a cada unidade produzida de uma peça ou só da mão de obra envolvida na fabricação. Os dois importam. O impacto direto na nossa vida, também. Assim como a forma como aquele produto chega até a nossa casa, os cuidados envolvidos na sua manutenção, etc.

Pois é. São muitas coisas a se considerar, mas informação ainda é o primeiro passo.

ecochicToda vez que alguém me pergunta como se tornar uma consumidora mais responsável, recomendo começar pela leitura do Ecochic, da Matilda Lee. Matilda vai direto ao ponto e não só explica os problemas do sistema de moda atual, mas também dá algumas soluções para ele e exemplos para quem quiser ir pelo melhor caminho. É difícil listar os melhores pontos do livro, porque, apesar de curto, ele é bem completo. Ela discorre sobre a nossa responsabilidade ao consumir, sobre as responsabilidades das empresas, o que acontece em cada etapa de produção (considerando tanto os impactos ambientais, quanto os sociais), lista alguns estilistas pioneiros, fala sobre essa onda da “moda verde” (e os cuidados que devemos ter com as empresas que dizem seguir isso), entre outros. Ao final, ela ainda lista uma série de marcas que produzem de forma responsável – a edição brasileira tem a lista adaptada para o nosso mercado, inclusive.

Para quem quer algo mais objetivo, um bom apoio é o aplicativo Moda Livre, da ong Reporter Brasil, que mapeia e avalia o envolvimento das marcas nacionais com o trabalho análogo ao escravo. O app se limita às práticas trabalhistas, apenas, mas não deixa de ser bem útil.

Outra fonte de informação bacana é o site Ecouterre. Que tem um conteúdo vasto, mas eu recomendo especialmente para quem viaja bastante e, por isso, acaba fazendo mais compras no exterior do que aqui. Além de discutir práticas das grandes marcas, eles vivem divulgando trabalho de marcas novas (consequentemente, menores) que trabalham de forma social e ecologicamente sustentável.