Hoje eu vou tocar numa ferida. Talvez doa pensar nisso, mas me acompanha… Quanto você gasta com roupas que não usa? Já parou pra fazer essa continha?
Esse é um calculo fundamental para se fazer, por vários motivos. Primeiro porque a maioria das pessoas acha que pra se vestir bem, precisam de uma conta bancária sem limites. Acham isso e não percebem que gastam fortunas com roupas ‘baratinhas’ que não usam e que só as deixam mais insatisfeitas.
Pois é. Esse é outro ponto importante. Porque, na hora de desentulhar, rola sempre aquele receio do “ai, mas eu gastei todo esse dinheiro e vou mandar embora sem usar?”. Eu sei, mas acredita: é melhor desapegar e deixar esse sofrimento ficar como aprendizado para a próxima. Eu digo isso porque essas peças vão continuar sem uso (se forem usadas, você vai sair insegura e insatisfeita de casa, o que dá na mesma) e podem te custar muito mais caro do que a grana que você deixou na loja.
Custam mais caro porque, além do tempo e da energia que você perde pra escolher roupas de manhã, elas entopem o seu armário e você não vê direito o que tá ali… Especialmente quando a gente é praticamente programada a encontrar o lado ruim antes do bom, né? Daí que aquela blusa de R$50,00, que você comprou numa promoção incrível, sem nem provar, pode te dar um prejuízo de R$130,00 –R$50,00 dela e R$80,00 daquela outra, que fica maravilhosa em você, mas nunca tem a chance de te proporcionar essa alegria simplesmente porque não é vista.
Eu sei que bate aquele pânico. Na maioria das vezes em que saio de uma edição de armário, as clientes confessam a sensação de não terem mais o que vestir. Algumas até me desafiam com o famoso “quero ver você montar combinações com esse pouquinho que sobrou agora!” (aí vem o lookbook e elas descobrem que não precisam comprar roupas tão cedo…).
Esses dias, a Mari Nassif, uma cliente querida que ainda tá no meio da consultoria, me contou que “o processo todo despertou não somente o interesse em pensar na roupa como forma de expressão e posicionamento (não mais o “tenho que me vestir, ok”), masespecialmente a edição deixou somente opções válidas, não tumultuadas e que já sei que vão cair bem, o que estimula o ato de vestir – ao contrário do desânimo que dá colocar uma roupa que pensava que ia bem e, puts, ficou ruim, me fazendo voltar para opções mais quadradas e “seguras”, sem a menor emoção.”. A Mari, aliás, foi uma das que me desafiou quando terminamos essa etapa – e a gente ainda nem fez o lookbook.
Depois que passa o choque, esse cuidado ainda te faz economizar nas próximas compras, como se surpreendeu a Anna Carla, ao fazer isso depois da nossa consultoria expressa online. Mesmo tendo feito a edição e as compras sozinha, seguindo as orientações que eu tinha dado, e olha só o que ela conta:
“Quase sempre em uma loja de departamentos, ficava doida, querendo tudo e escolhia algo, meio correndo, no meio de uma tarde de compras para as crianças. E lógico, quase que 100% das vezes ia pra casa frustrada.
Desta vez foi completamente diferente. Talvez porque diminui a quantidade de peças do meu armário, eu tinha ele meio que armazenado na minha cabeça ou talvez porque eu mudei a minha relação com espelho, não sei ao certo. (…)
O que antes era uma experiência um pouco frustrante, já que eu sempre deixava a loja com uma sensação de que não tinha comprado tudo o que eu queria, se transformou em uma experiência bastante gratificante! Quando a gente tem o domínio do guarda-roupa conseguimos ver que nem tudo que está lá na loja é preciso, pelo menos não neste momento.
Foi libertador entrar e sair da loja apenas com aquilo que eu achei apropriado e necessário, senti minha auto-estima lá em cima!”.
Em resumo:
- se vestir bem depende menos de ter dinheiro e mais de saber usá-lo
- uma roupa comprada à toa pode te custar muito mais do que o que você pagou pra loja
- uma roupa comprada direitinho acaba sendo econômica e até lucrativa (pensa também no tempo e energia que você perde se arrumando e deixa de colocar em prática todos aqueles projetos que vão dar uma guinada na sua vida?)
‘Bora aproveitar o final de semana para cutucar, mas curar de vez essa ferida?
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