Sim, algumas peças são quase telas em branco e podem ser moldadas de acordo com a necessidade de cada um, por isso podem ser funcionais na maioria dos armários, as chamadas ‘coringas’, mas isso não as torna obrigatórias. Ainda mais se forem peças ‘da moda’. Entendam: um anjinho morre a cada vez que uma publicação (seja blog, revista ou livro) ordena que seus leitores comprem a blusa X ou a calça Y.
Eu canso de dizer que não é porque está na moda que é bonito e vai ficar bom em você, e só por isso eu deveria poder apenas dizer: AHHHHHHHHHHH! PAREM COM ESSAS LISTAS!
Mas, como eu continuo lendo matérias e, pior, recebendo contatos perguntando quais as peças obrigatórias em qualquer armário, sinto que preciso explicar de maneira mais extensa e – espero – definitiva.
Motivos pelos quais você deveria acabar com essa balela de ter um armário igual ao da sua amiga/vizinha/celebridadefavorita
O seu corpo é diferente
Nem gêmeas univitelinas são completamente iguais, que dirá mulheres que não tem relação alguma. Por isso, ainda que duas pessoas tenham a mesma altura e peso, uma pode ter o busto mais cheio, enquanto a outra concentra volume no quadril. Esse detalhe, sozinho, já faz com que uma peça fique completamente diferente nos dos corpos – podendo favorecer um e acentuar desproporções do outro.
Aqui eu estou considerando apenas uma característica, mas poderia considerar também: a proporção entre o tronco e pernas; a altura da cintura; estrutura óssea; estatura; altura dos braços; altura e formato dos seios, do quadril e dos ombros; a coloração pessoal; o contraste; as padronagens e texturas; formato e proporções do rosto; tamanho das características; traços; linhas; formas e uma infinidade de informações que cada pessoa carrega dos pés à cabeça.
Os seus objetivos também não são iguais
Lembra que eu falei sobre a necessidade de se autoconhecer para se vestir bem? De entender e definir suas metas e usar a imagem como meio de auxilio para atingir esses objetivos? Então… Imagem é comunicação não-verbal. Quando você se veste, penteia o cabelo e escolhe um acessório, está determinando como será visto pelo outro. Isso não é um julgamento, é como o nosso cérebro funciona desde a pré-história.
Acontece que esse outro, inconscientemente, vai processar essas informações e isso vai determinar como ele age com você, ainda que não perceba. E isso vai determinar como você age com ele, também percebendo ou não.
E tem mais: quando você coloca todas essas informações e elas formam “frases” junto com as que você já carrega naturalmente, você se olha no espelho e absorve tudo isso aí também. Conclusão: é outra coisa para interferir no seu comportamento.
Aí que se a sua amiga tem uma personalidade (e traços que naturalmente comunicam isso) mais solta, leve e espontânea e você, que é o oposto dela (e seus traços também), tentar imitar a mesma fórmula vai acabar não se reconhecendo no espelho e talvez até se retraindo. E isso pode acontecer até se você tentar imitar a sua irmã gêmea que tem os traços aparentemente idênticos, exceto pelo formato da sobrancelha e o nariz ligeiramente mais arrebitado.
Agora que isso ficou claro, vamos parar de procurar fórmulas genéricas que podem nos prejudicar e encontrar a fórmula que realça o melhor da nossa essência?