Um dos diferenciais do meu trabalho é a minha formação em visagismo, que se tornou um pilar na minha atuação. Até 2012, eu já trabalhava com comunicação não-verbal, mas foi no visagismo que desenvolvi minha inteligência visual.

Mas, que bicho é esse?

“Visagismo” vem de “visage”, rosto em francês. Não é uma teoria nova, mas pode ser muito mais abrangente do que o próprio nome diz!

Se visagismo é estudo da face, por que faria sentido para uma pessoa que trabalha basicamente com vestuário?

Bom, este foi o divisor de águas na minha trajetória profissional. Considerando que toda linha, cor e forma que carregamos comunica algo (e que essas mensagens variam de acordo com a interação desses elementos entre si), o visagismo é essencial para construir uma imagem adequada para as suas necessidades – que não se limita nem só ao cabelo e maquiagem, nem só à roupa.

Como isso é útil na vida?

Um profissional visagista é aquele que vai te ajudar a encontrar com mais facilidade o caminho para se reconhecer no espelho, independente da moda. Por exemplo, se o seu rosto é retangular e você gosta de transmitir força, determinação e imponência, isso não quer dizer que a gente precisa suavizar seus ângulos (o que normalmente seria recomendado, se considerássemos apenas o formato, e seria péssimo para os seus objetivos). Pelo contrário!

Como você usa isso na consultoria de imagem?

Continuo dando ênfase ao vestuário. A ideia de maquiar alguém ainda me dá a maior aflição do mundo e eu continuo com zero de coordenação para cortar cabelos. Mas, é muito mais fácil visualizar que tipo de mudança é necessária e encaminhar uma cliente para outros profissionais que podem complementar o meu atendimento (ou mesmo orientá-la quanto ao que fará mais sentido, caso queira continuar com os profissionais que já são de sua confiança).

Qual linha do visagismo você segue?

Existem várias vertentes dessa prática, mas a que eu estudei e sigo é a do Philip Hallawell. A diferença é que é comum vermos o estudo da face sendo considerado do ponto de vista estético, das proporções e padrões que a sociedade julga bonitos (o que “fica bem” em rosto redondo, o que “valoriza” rosto quadrado, etc.), e o método do Philip considera quem a pessoa é e o seu desejo em expressar algo, para então encontrar o que vai funcionar para ela de fato.

O próprio Philip diferencia bonito de belo como o bonito basicamente sendo aquilo que a sociedade aceita como padrão e espera. Já o belo é aquilo que atrai – e tem muito do “olhar do espectador”, varia de pessoa para pessoa, porque depende do repertório de vida. Não preciso dizer que, tendo uma personalidade essencialmente questionadora, esse esclarecimento me trouxe muito sentido, né? Por isso, eu preferi trabalhar com o belo, com aquilo que faz com que minhas clientes realmente se reconheçam no espelho e consigam atrair pessoas e oportunidades alinhadas com quem elas são, do que com o padrão.

Porque o Philip uniu estudos de psicologia e antropologia, entre outros, com a linguagem visual, para formar este método, foi o visagismo, inclusive, que levantou as pulgas que me levaram à pós-graduação em Sociopsicologia, concluída no ano passado (outro salto enorme no meu trabalho).

O visagismo é aquilo que explica o porquê de eu evitar falar sobre “regras” e o que cada pessoa “tem” que usar.

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