Muita gente acha que desentulhar o armário quer dizer mandar embora aquilo que está lá há muito tempo.
De fato, se uma peça está há anos na sua vida, existe uma boa chance de não servir mais porque foi comprada em uma época que o seu corpo e suas necessidades eram diferentes, ou por estarem desgastadas pelo uso.
Mas isso não quer dizer que não haja espaço para casos especiais. Eu, por exemplo, tenho duas saias que já estão debutando. Uma delas, longa, de tafetá marinho, que entrou no meu armário quando fui convidada para dançar a valsa no aniversário de uma amiga querida, até passou um período longe (aos cuidados de uma pessoa próxima que a usaria para algumas festas), mas voltou e já me acompanhou em 2 casamentos nos últimos anos.
Confesso, aliás, que estava enrolando para contar essa história há algum tempo, porque as mais apegadas podem dizer “AHÁ!”, mas achei que valia de alerta para o outro extremo.
Sabe lá Deus como, apesar das mudanças óbvias (e os quilos) pelas quais o corpo passa em 15 anos, a saia ainda me serve bem. Ela permanecerá no meu armário por muito tempo também porque, além de ser clássica, é de uma cor que funciona pra mim e o material e construção são excelentes. O corpete que a acompanhava foi embora há muitos anos, como tinha de ser, e hoje ela é usada com blusas e colares que fazem sentido para a minha realidade – algumas, inclusive, que eu consigo usar durante o dia, para trabalhar ou para um barzinho, nos finais de semana (veja a importância da versatilidade e o poder do contexto!).
Ou seja: não importa se a peça está no seu armário há 2 meses ou 15 anos. Se ela está em bom estado de conservação, serve pra você e com o resto do que você possui, não há motivo para que vá embora – desde que tudo aquilo que realmente não serve, vá.