Frequentemente, alguém usa o argumento de que a moda vai e volta para justificar um armário lotado.

Eu já falei aqui que nem tudo que é antigo precisa mesmo ser jogado fora, mas guardar uma peça, sem usá-la, só porque ela pode, um dia, quem sabe, voltar a ser moda é bem diferente.  Se você é dessas, vem pensar comigo:

Não é de uma hora pra outra

Em primeiro lugar, ainda que volte, demora. Quando uma peça ou estilo é tão característico que se torna “batido”, ele demora uns 15 anos, pelo menos, pra voltar.  Até lá, grandes são as chances desta peça ter se estragado no seu armário – ainda mais considerando que a maioria das pessoas confunde “guardar” com “acumular”. A saber: guardar é armazenar direito a peça, com a cobertura certa, tirar de tempos em tempos para tomar ar, lavar eventualmente, preservar contra manchas e outros estragos. Acumular é esquecer uma porção de coisas que só ocupam espaço em qualquer canto do armário porque “vai que volta”.

A moda nunca volta exatamente do mesmo jeito

A calça que era usada nos anos 70 é diferente da calça “flare” usada hoje, seja na cor, no material, no detalhe ou no jeito de combinar. Sempre tem alguma coisa que muda.

O que não quer dizer que uma ou outra calça encontradas em um brechó não tenham lá o seu valor para quem quer se inserir na moda de um jeito um pouco mais singular, mas várias dessas peças vintage precisam de adaptações para que possam ser usadas novamente. As que não são adaptadas precisam se integrar ao estilo da pessoa, que provavelmente terá uma personalidade extremamente ousada e criativa.

Você e a sua vida mudam

Vamos lá: se você ficou (ou pretende ficar) 15 anos sem usar uma peça e agora resolveu usá-la, é porque provavelmente ela tem menos a ver com o seu estilo e mais com influências “da moda”.

Sem contar que mesmo que ela te representasse pra caramba há 15 anos, você não é mais exatamente a mesma pessoa, né? A sua essência até pode ser a mesma, mas a sua rotina, seu corpo, sua maneira de encarar a vida e mais uma porção de coisas mudaram.

Então, ‘bora desapegar e mandar para alguém que será mais feliz com a peça?

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