Como sair da confusão dos Estilos Universais
Há quem faça testes rápidos online para descobrir o próprio estilo e use o resultado como guia na hora de se vestir. E, mesmo assim, se sinta insatisfeita com os looks. Há, também, quem tenha sido diagnosticada como pertencente ao estilo X, mas fique se debatendo com a informação por não se identificar com os elementos desse estilo. Entre tantas informações, como sair da confusão dos Estilos Universais.
O que são os tais Estilos Universais?
Primeiro, bora contextualizar. Quando tudo era mato e as pessoas tiravam mais informações do além do que tiram agora pra falar de estilo, veio uma consultora chamada Alice Parsons e começou a organizar a bagunça.
Pioneira, ela fez uma pesquisa bem ampla e bem séria com vários profissionais da área. Identificou padrões, podou redundâncias e chegou a 7 classificações que receberam o nome de 7 Estilos Universais.
Os 7 Estilos Universais servem para organizar informações de estilo e facilitar o trabalho das profissionais que precisam identificar o estilo das clientes. É a metodologia mais usada, e o ponto de partida da maioria dos profissionais, mesmo os que não trabalham diretamente com Estilos Universais.
Porém, não é fácil utilizar a metodologia. Existem nuances, zonas cinzentas que dependem de contextos, e não é um teste rápido e genérico que vai dar as respostas mais certeiras. Além do mais, se já é complexo para quem trabalha com consultoria, imagine para a pessoa que só quer ir lá no shopping comprar umas roupinhas, numa boa…
Qual é a treta com os Estilos Universais?
Foto de Ksenia Chernaya no Pexels
A metodologia de Alice Parsons ajuda profissionais da área, mas não ajuda pessoas que só querem olhar para o próprio estilo. E isso rola por vários fatores.
Primeiro, porque ninguém tem características de um estilo só. A maioria das pessoas tem uma combinação de 3 estilos, e já começa aí a confusão.
Outra questão importante é que, quando uma consultora diz que você se encaixa no estilo básico, ela não está dizendo que todos os elementos básicos fazem sentido para você. Na verdade, é o caminho inverso: algumas das suas características fazem parte do estilo básico. Mas não todas. E nem tudo do estilo básico está em você.
Por isso, se você for no Pinterest, procurar por “estilo básico”, e comprar tudo o que encontrar, vai ficar insatisfeita com as roupas. Porque nem tudo ali tem a ver com você. Pode ser que seja um tipo de manga, um modelo de gola, linhas específicas… Mas o seu estilo é muito mais amplo e resultado de uma série de combinações que não cabem em um rótulo.
Por fim, muitos conceitos são relativos. O Estilo Universal mais polêmico é o sexy porque muitas das mulheres que são identificadas como tendo o sexy no estilo ficam chocadas. “Eu nem gosto de roupa de onça!” e “Mas eu não uso salto agulha!” são alguns dos comentários. Só que o sexy não precisa passar pela animal print nem pelo salto alto. Algumas coisas são só senso comum. Mas, para quem não estuda profundamente o assunto e não trabalha na área, é fácil confundir alguns conceitos.
O que fazer com os Estilos Universais?
Se você está perdida nos estilos, a primeira coisa a fazer é olhar para o que é seu. Qualquer que seja a nomenclatura, tente identificar o que é que você sempre usa e sempre se repete nas suas peças, de tanto que você adora.
Tente, também, identificar o que te deixa confortável quando você está pensando em arrumar. O que atrai seu olhar? O que você veste, que faz com que você se sinta bem?
Identifique os seus padrões para entender seu estilo e aí, só então, pense na imagem. Assim, fica mais fácil construir looks assertivos.
Em uma situação em que você queira trazer mais delicadeza, por exemplo, você vai enfatizar as informações que você já tem de delicadeza. Embora o laço seja muito associado à delicadeza, talvez não tenha nada a ver com você. Mas cores claras e tecidos leves, sim. Então você já sabe que pode recorrer a eles para deixar o look mais leve e doce.
Mais valioso do que se prender a nomenclaturas é sair da confusão dos Estilos Universais e identificar o que é seu. O que o básico, por exemplo, significa para você? E o sexy? Todos esses conceitos são muito relativos. No meu caso, por muitos anos minha peça mais básica foi uma calça pink. Para outras pessoas, ela seria a peça mais escandalosa do armário. Mas era o meu básico. E o seu, qual é?