Ternos e Costumes

Fui entrevistada pela Juliana Ferro, estudante de jornalismo da UNISANTOS, a respeito do uso de ternos e o assunto rendeu tanto que resolvi fazer um post.

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Antes de mais nada, e eu já falei isso aqui, existe uma diferença entre terno e costume. O terno é o conjunto com as três peças, sendo a terceira o colete – praticamente esquecido – e o costume é a dupla mais utilizada formada por paletó e calça.

Nem todas as ocasiões pedem o conjunto completo – com gravata e tudo. Mas em algumas, como casamentos e formaturas, ele ainda é obrigatório.

No Brasil, poucas empresas e cargos exigem que o funcionário use costume, mas para profissões  como advocacia, por exemplo, ele é indispensável.

Quanto mais peças, maior a formalidade. Gestores sempre vão usar o costume completo, com gravata. Alguns funcionários de nivel mais baixo na escala hierarquica podem usar apenas o paletó, ou apenas a gravata, já outros em nivel mais baixo usam só calça e camisa social, sem fazer uso de uma terceira peça.

O uso do costume completo ou só de algumas peças não é determinado apenas pela escala hierárquica, embora este seja o uso mais comum, mas também pelo tipo de trabalho que ele executa e a mensagem que ele precisa passar para as pessoas com quem lida.

Antes de comprar o terno, deve-se pensar em sua utilidade: trabalho, ocasiões especiais ou eventualidades.

Para o trabalho e para eventualidades o melhor são os modelos tradicionais, de cores neutras mas não tão fortes quanto o preto. As tonalidades de cinza e marinho são perfeitas.

O uso de costumes sempre causa boa impressão em uma entrevista, mas o funcionário deve verificar o dresscode da empresa, para não se sentir formal demais e se adequar ao seu nível hierárquico.

Preto é inadequado para entrevistas, por ser uma cor austera, rígida demais e passar uma imagem inacessível e opressora, mas o terno não deve ser muito claro, para não causar o efeito contrário.

Para eventos diurnos, as cores claras são mais adequadas, já para eventos noturnos o preto e cores escuras são mais apropriados – em ambos os casos a lapela e o ajuste podem ser mais modernos.

Principalmente quando o costume for usado com frequência, o ideal é mandar que um alfaiate faça, sob medida. Se essa não for uma possibilidade que caiba no orçamento, não se esqueça de ajustar ao comprar o conjunto pronto.

Alguns pontos são fundamentais:

  • Ombros tem que servir perfeitamente, pois se os ombros não estão no lugar certo, não existe ajuste que resolva (isso funciona para qualquer tipo de roupa).
  • Os botões  ajudam a regular a sua altura – se for menor, use botões mais baixos pois o espaço da camisa aparecendo alongará o corpo, o contrário acontece se a sua estatura for muito grande.
  • O paletó deve ser levemente acinturado, delineando as formas do corpo e fazendo com que a pessoa pareça confiante e confortável ao mesmo tempo.
  • A altura do paletó geralmente acaba na linha do quadril, principalmente quando a pessoa for mais baixa, ou um pouco abaixo dessa linha, se for muito alto.
  • Um dedo do punho da camisa precisa aparecer pela manga do paletó.
  • A lapela deve ser proporcional ao tamanho de quem usa. Se for um homem grande e largo, a lapela não pode ser estreita.
  • As pernas da calça não podem ser largas demais e a barra da calça deve ser feita de forma que as pernas tenham o caimento reto e cubram as meias e um pouco do sapato, sem volumes.
  • A calça precisa se ajustar ao corpo sem a necessidade do uso de cintos.

Ao provar, leve uma camisa e um sapato social e, se for o caso, a sua pasta de trabalho. Faça movimentos como andar, abraçar, levantar o braço e também coloque coisas no bolso para testar como a aquisição se comportará no seu dia-a-dia.